Dois pesos e duas medidas
O governo municipal usa de dois pesos e duas medidas quando anuncia punição para o servidor que acumula função no serviço público. O tratamento (correto) que dá ao servidor, não dá aos seus próprios secretários. Semana passada, por exemplo, a secretária de Educação, Marlúcia Rocha divulgou, através da secretaria de Comunicação, um exemplo subliminar de que nem sempre pode estar à disposição dos problemas e dos questionamentos relacionadas à educação municipal.
Determinou horários específicos para seu atendimento ao público. Será que esta limitação de períodos para atender professores e até pais de alunos - muitos deles preocupados com o fato de não terem sequer iniciado o ano letivo dos seus filhos - é por conta de trabalhos internos na própria secretaria? Ou seria o tempo (limitado) que dispõe, já que a secretária é também professora em exercicio na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e em uma faculdade particular de Ilhéus?
Aí pode?
Aliás, vale um esclarecimento: não temos absolutamente nada de pessoal contra a secretária.
A professora Marlúcia é uma daquelas unanimidades positivas nas salas onde dá aulas. Professora competente e dedicada. Parceira do aluno, como poucas. Amiga de todos e reconhecida por sua competência profissional. Além de uma educação ímpar no trato com as pessoas.
Mas, aqui, o debate é outro.
Acontece quando dois temas governamentais ganham as páginas da imprensa.
Primeiro, a punição anunciada caso o servidor não justifique a dupla jornada.
Segundo, quando as cenas estarrecedoras de carteiras, alunos e professores jogados ao passeio, despejados por donos de imóveis que não receberam seus aluguéis, revela o estado de uma Educação que necessita de uma atenção permanente, um foco atualizado todos os dias de suas demandas e a presença física dos seus comandantes para sair do quadro negro em que se encontra.